Este blog serve como recurso didático para complementação das aulas
de música da professora Lorena Aires Felipe aplicadas no Colégio Estadual
Murilo Braga.
Em música, textura é definida pelo número de vozes na música, e na relação que há entre essas
vozes
Tipos de textura:
Monofônica ‐ Uma só linha melódica sem acompanhamento.
Polifônica ‐ Duas ou mais linhas de voz independentes.
Homofônica – Uma linha melódica com acompanhamento harmônico.
Dessa forma, chamamos de textura à maneira como os sons são organizados
em uma música. Quando ouvimos só uma pessoa cantando ou um único instrumento
soando, dizemos que a música possui uma textura monofônica.
Quando existe uma voz com acompanhamento harmônico, formando um bloco
sonoro único, dizemos que esta música possui uma textura homofônica. Um exemplo
é quando um cantor é acompanhado por acordes feitos em um instrumento como o
violão, ou piano.
"O cantor e compositor havaiano Jack Johnson é um mestre da Homofonia"
Textura Polifônica
Chamamos de polifonia quando uma melodia é acompanhada de uma ou mais
melodias simultâneas. O auge do estilo polifônico se deu no Período Barroco. Procure
ouvir músicas desse período. Os estilos polifônicos mais conhecidos são o cânone e a
fuga. Uma música muito conhecida é a canção “Frère Jacques”, um cânone.
Chama‐se cânone a forma polifônica, em que as vozes imitam a linha melódica
cantada por uma primeira voz, entrando cada voz, uma após a outra, uma retomando
o que a outra acabou de dizer, enquanto a primeira continua o seu caminho: é uma
espécie de corrida onde a segunda jamais alcança a primeira.
Uma fuga é um estilo de composição contrapontística, polifônica e imitativa de
um tema principal, com sua origem na música barroca. Na composição musical, o tema
é repetido por outras vozes que entram sucessivamente, e continuam de maneira
entrelaçada.
Há muitas maneiras de ouvir música. Podemos ouvir com o corpo, emotivamente ou até mesmo intelectualmente. Ouvir com o corpo é empregar no ato da escuta não apenas os ouvidos, mas toda a pele que também vibra ao contato com o som: É sentir em estado bruto, deixar-se conduzir pelo som de forma semelhante à dança, é seu corpo de modo que ele se movimente em sintonia com o movimento sonoro. Ouvir emotivamente, lá no fundo, não deixa de ser: ouvir mais a si mesmo que propriamente a música. É deixar que a música desperte sentimentos, paixões, memórias e saudades. Sair da sensação bruta ou corpórea, e entrar no campo dos sentimentos. Ouvir intelectualmente é dar-se conta de que a música possui, como base, estrutura e forma.É criticar e analisar a música desde sua construção até o desenrolar da idéia. É entender quais os elementos que lhe estruturam e dão forma. Assim como os estilos literários são definidos por sua forma de organização das frases e idéias, ou mesmo como as prosas e versos diferenciam poemas e poesias, a música também possui formas e estruturas que a qualificam em diversos estilos musicais. Toda música possui idéias, frases, períodos que constroem a arquitetura dos sons, ou seja, que organizam os sons musicais criando uma aparência sonora. Esta disposição sonora é chamada de forma musical, e para definí-la basta apenas ouvir e observar. A forma é a estrutura e o desenho da música. Identificamos os objetos que vemos pela sua forma, assim como identificamos que um pato não tem a mesma forma que uma bicicleta. Na música se dá o mesmo; usamos a audição e a visão, para identificarmos a forma.
Observe esta música:
Nessa música é possível identificar seções diferentes e que se repetem numa mesma ordem no decorrer da música. Quantas seções você consegue ouvir?
Consegue descrever a estrutura musical desta música?
Quais os aspectos que difereciam uma seção da outra?
Reconhecendo as partes da música e sua textura
Toda vez que ouvimos, tocamos ou cantamos uma música, percebemos que ela
possui partes que se repetem ou partes que se contrastam.
As cantigas de roda muitas vezes costumam ter uma parte, com melodias
simples e repetitivas. Cante e perceba:
Nesta canção de roda a melodia se repete várias vezes. Você consegue se
lembrar de outras canções desse tipo?
As formas musicais podem ser expressas com símbolos gráficos ou com letras
do alfabeto. Assim podemos representar a música acima como uma Forma A A A ....
Ou ainda uma forma com qualquer símbolo que se repita Então, vamos ouvir algumas músicas e perceber as suas partes? Se elas são
parecidas ou diferentes? Quantas vezes se repetem? Quantos instrumentos estão
sendo tocados? Se existem muitos sons soando ao mesmo tempo? Procure separar
em partes as canções do repertório trabalhado!
Formas Musicais:
Forma Binária - Quando ao invés de repetir a melodia (a mesma idéia musical), resolvemos criar
uma parte contrastante, a música passa a ter duas partes e então chamamos essa
estrutura de Forma Binária. A forma binária é uma das mais simples da música, e constitui-se de apenas duas seções, chamadas A e B.
Um outro exemplo de forma binária é o Minueto de J. S. Bach. Pode-se notar as duas seções encadeadas e, ao término das duas, há um ritornello (retorno ao início), mas com um número maior de instrumentos.
Forma Ternária - Esta é muito mais utilizada que a binária, e é também chamada de A-B-A. Como se pode deduzir, ela é constituída de 3 seções, e não duas. É bem semelhante à Forma Binária, entretanto a terceira seção, a última, nada mais é que a repetição da primeira. Ou seja, são duas seções temáticas, e a repetição da primeira. A segunda seção neste caso é uma seção constrastante, geralmente em outro tom. Apesar de parecer desinteressante por se tratar de uma repetição, a forma ternária é muito usada, até mesmo na música popular e na música folclórica. Muito pelo fato da seção central ter um caráter contrastante com a primeira, é até intuitivo que ela volte ao final, encerrando a idéia.
Grande parte dos movimentos lentos das sinfonias e concertos, assim como os 'scherzos' são escritos em forma ternária. Um bom exemplo é o Quinteto para cordas op. 13 do compositor L. Boccherini.
Forma Canção - Esta é a forma popular que mais se usa hoje em dia nas canções pops. Uma forma muito antiga que originou-se da música folclórica da idade média e alcançou uma divulgação bem expansiva no mundo. O esquemático simples dela representa-se por: AA:B:AA:B…podendo ser abreviada por AAB ou AAB:A Na música moderna, popular, o tema do B é o refrão, e se repete várias vezes no final.
Observe que neste exemplo acima, apresenta na primeira seção, antes do refrão, 2 partes diferentes que podem ser classificadas como parte A e B e o refrão fica como parte C.
Forma Estrófica - Nessa forma, temos os hinos e corais litúrgicos, nos quais o Tema "A" é o verso apresentado e a cada nova estrofe o tema melódico se repete. O próprio Hino Nacional do Brasil é um exemplo. O tema "A" se apresenta na primeira estrofe:
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas... até o fim da primeira estrofe
e quando a segunda estrofe inicia, em:
Deitado eternamente em berço esplêndido... etc.
estamos de volta repetindo o tema A.
Neste caso temos "A, A, A ,A", sendo que temos dois versos na primeira estrofe e mais dois na segunda.
Forma Rondó - é aquela que introduz um tema - chamamos de (A) -, após o fim de "A", apresenta um novo tema - (B) -, e após seu término retorna ao tema original (A) e após o término de "A", novamente introduz um novo tema - (C) -, e assim por diante sempre apresentando um novo tema após a repetição do tema principal (A). A Forma rondó é vista: A-B-A-C-A-D-A etc.
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